Carina Martins

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Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem
Carina Martins - Vortex - Paisagem disruptiva
Carina Martins - Vortex - Fotografia geométrica
Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem
Carina Martins - Vortex - Túnel numa montanha
Carina Martins - Vortex - Calcário com formato de Santa num túnel de uma barragem
Carina Martins - Vortex - Barragem
Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem
Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem
Carina Martins - Vortex - Paisagem disruptiva
Carina Martins - Vortex - Fotografia geométrica
Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem
Carina Martins - Vortex - Túnel numa montanha
Carina Martins - Vortex - Calcário com formato de Santa num túnel de uma barragem
Carina Martins - Vortex - Barragem
Carina Martins - Vortex - Túnel numa barragem

Vortex

2015

8 Impressões jacto de tinta sobre papel Hahnemühle Baryta
100 x 67 cm | 80 x 53 cm | 40 x 60 cm

Em Vortex, para além da percepção imediata dada pelas imagens, reflecte-se a qualidade estética de uma ação profundamente disruptiva, o acto de esventrar montanhas para condicionar as águas. Visualizados nesta série fotográfica, os túneis subterrâneos da indústria elétrica colocam-nos no limiar da fantasia. Ficamos diante destas imagens como desapossados do chão terrestre, petrificados entre o imaginário habitado por filmes de ficção científica e a sensação virtual dada pela proximidade dos buracos negros. Podem ser apenas passagens, grutas ou vulcões, mas há nestes lugares misteriosos riscos sublimes que a vertigem do olhar nos incita a percorrer.

A poética dos espaços subterrâneos é em primeira instância o lugar dos seres ctónicos e obscuros, mas também é através deles que devaneamos com a irracionalidade das profundezas. Talvez por isso, os sonhos venham dos espaços diurnos e os pesadelos das entranhas labirínticas da terra.

À semelhança dos corpos, há veias de cimento que se conectam entre si, e zonas limítrofes por onde só escorre água e humidade. Tal como na pretensão do voyeur, as imagens destes túneis depurados concentram as energias do olhar, e obrigam-nos a mergulhar nos seus precipícios imaculados. Do outro lado há figuras enigmáticas, ou pupilas distantes, que se ligam enfaticamente ao nervo óptico da nossa visão. Entre nós e as imagens há um sorvedouro luminescente.

Texto: Rui Ibañez Matoso

© 2023 Carina Martins